terça-feira, 23 de novembro de 2010

Menina bonita do laço de fita

Este foi o conto escolhido pelo contador de histórias... substantivos, adjetivos... mas qual o ponto máximo para se explorar? As diferenças de cada ser. Todos criados por Deus, nenhum igual ao outro... boa leitura.



Era uma vez uma menina linda, linda.Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.E pensava:- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:­- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:­- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:- Artes de uma avó preta que ela tinha...Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...


Texto disponível em:

http://contandoradehistorias.blogspot.com/2008/01/na-espera-menina-bonita-do-lao-de-fita.html

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Usina de sonhos


Olá

Hoje na escola, recebemos a visita de um casal de contadores de histórias. Eles contaram o conto: Menina do laço de fita. Foi tão maravilhoso ver e ouvir as crianças rindo. Elas amam fantoches. E os contadores de histórias... uma palavra, dom.

domingo, 21 de novembro de 2010

Cambiando


Não queria ficar tantos dias sem escrever... mas às vezes não tiro forças de nenhum lugar para pôr a cabeça pra fora da toca. Criei o blog para falar da minha luta diária e as quedas, infelizmente fazem parte dela. Vou tentar não deixar de vir falar diariamente como é de minha vontade.
Bem, tive dias bem ruins por aí... tenho uma marca além da tatuagem, uma dor profunda porque meu anjo me deixou num dia desses, era como se meu mundo tivesse desabado, perdido o rumo, o sentido. Então, decidida a viver um pouco antes desta perda, criei uma carapuça e uma armadura tão dura, que nem mesmo minhas lágrimas conseguiam sair dela, meus ouvidos, inatingíveis, nada era capaz de acessar a mulher em mim. Meu anjo voltou atrás em sua decisão, mas a marca, jamais sairá. O bom de tudo isso, é que o ser humano, fantasticamente, consegue se curar sozinho, o corpo se refaz ao seu tempo e tudo passa... não importa que tenha ficado uma marca, ela é um chamado para a realidade. A vida é e sempre será cruel, e em verdade, para poucos.

Frase do dia: A cada dia que passa, sou um dia a mais, senhora de mim.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Happy Day


Um dia feliz.... às vezes é muito raro... eh..eh...eh...

Precisava começar assim o post de hoje. Eu não sei o que dizer, além de que estou perdida, confusa, tomando goles de realidade diariamente e sentindo toda a dor que ela me faz encarar. Estou descontente com meu corpo, saio na rua e não sei ao certo onde vou e o que fazer... nesse instante, sinto-me péssima, pesada, e o pior de tudo, mais racional do que emotiva.

domingo, 7 de novembro de 2010

Rio de lágrimas


Não tem esse título apenas por ser uma bela e comum hipérbole, leva porque minha amiga e eu, que temos o mesmo nome, estávamos ainda pouco falando da nossa luta contra a depressão. Tem dias que por algum momento do dia, conseguimos nos sentir felizes, em outros, são dias seguidos de solidão e permanência no breu. Mesmo que esteja no meio de uma multidão, é um sentimento de invisibilidade que prevalece.
Após dez meses, comecei a sair de casa, foi uma grande luta sair a primeira vez, maior ainda conseguir ficar no lugar que fui por mais de dois minutos, voltei pra casa com dor muscular na face toda de tanto apertar os dentes um no outro, tamanha pressão.
É difícil entender as peças que nossa mente tenta pregar na gente.
Já tive dias de sair de casa pronta para ter uma noite de "porra loka", ri por alguns minutos, mas a realidade chama alto e logo me dei conta de quem eu era, e eu não era daquele jeito. Três copos americanos de cerveja foram suficientes para me deixar pra lá de Bagdá, poderiam facilmente dizer - quem estava em minha frente - que havia inspirado gás do riso... passava facinho.
Sabem como chamo isso? Felicidade artificial. E é o que é, pois posso estar em qualquer lugar do mundo, ao lado de quem for, mesmo que eu beijasse trinta bocas e um dos beijos viesse acompanhado de um abraço, quem sabe sincero, seria ainda mais artificial, porque não existe lugar do mundo que eu queira estar mais do que ao lado do meu anjo, nenhuma boca do mundo me despertaria mais vontade de provar do beijo do que a dele, nenhum abraço teria conforto, senão o dele, e nada além do sonho de um dia poder tocá-lo, é responsável por querer acordar mais um dia.